Debaixo da Pele
E a imensa delicadeza
se escondia por debaixo da pele —
quieta, como segredo de criança,
como flor que teme o vento.
Não queria ser notada,
não queria virar explicação.
Só desejava continuar sendo
instantes felizes,
daqueles que chegam sem aviso
e partem sem culpa.
Viviam ali:
no arrepio sutil,
no riso que quase não nasce,
na lágrima que não escorre.
Era o dom de sentir
sem fazer barulho.
De caber em silêncios,
em pequenos gestos
que o mundo costuma esquecer.
E mesmo escondida,
ela brilhava —
porque tudo que é verdade
sempre encontra um modo
de ser luz,
mesmo por dentro da pele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário