Na borda de mim
Há uma estrela no meio do dia,
mas ninguém a vê —
passou por mim um anjo distraído
e esqueceu-se do meu nome.
Sou como um campo depois da colheita,
em silêncio e luz.
Tudo é tão vasto e pequeno,
como a lágrima no olho de um peixe.
No meio do caminho tinha uma pedra,
mas era também
um espelho
onde eu vi
aquele que vai ao meu lado sem eu o ver.
Ai, palavras —
que estranha potência a vossa!
Dizem o que não vivi
e calam o que arde.
Eu,
que não sou eu,
caminho por entre nomes
e permaneço
na borda de mim.
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