perdoei quem fui
olhei pra
mim
aos sete anos,
com os joelhos ralados,
a testa quente,
e a culpa maior que o corpo.
ela
achava
que tudo era por causa dela:
a briga,
o silêncio,
a ausência.
carregou
culpas pequenas
como se fossem eternas.
e eu,
adulto agora,
quase esquecido dela,
voltei.
não com
respostas,
mas com colo.
segurei
sua mão suada,
e disse:
“você não precisava ser perfeita.”
ela
chorou.
eu também.
porque só
agora entendi
que o perdão mais difícil
é aquele que a gente se nega
desde sempre.
e naquele
abraço sem tempo,
perdoei quem fui.
deixei cair
o peso que nunca foi meu.
e pela
primeira vez,
crescer
não doeu tanto.
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