Respirar (continuação)
Não busco sentido —
respiro.
Como quem escuta o invisível
sussurrar entre folhas.
Há um rumor no vento
que me reconhece
sem me nomear.
Sou quase ausência,
mas inteira presença
no gesto mínimo de estar.
Às vezes, paro.
Não por cansaço,
mas por reverência
ao instante que me atravessa.
Talvez viver seja isso:
um sopro que dança
no intervalo
entre o que parte
e o que permanece.
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