quinta-feira, 8 de maio de 2025

A COR QUE SE ESCONDE

 

A Cor Que Se Esconde

A cor não grita —
ela espera, escondida
no canto do verso,
na dobra do dia.

Às vezes, vem cinza
feito céu sem resposta,
às vezes, explode
num azul que aposta.

É o vermelho
do susto ou do sangue,
o amarelo
que dança na língua,
o verde do tempo
que nunca se cansa.

Criar é manchar o vazio
com o tom que se sente,
pintar com o pulso
aquilo que mente.

Porque há cores que nascem
só quando se escreve.

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