quinta-feira, 8 de maio de 2025

A FORMA DO INVISÍVEL

  A Forma do Invisível

Nem tudo tem contorno.
Às vezes, o poema
é só vento que pensa,
é mar sem costura.

Mas a forma chega
como quem molda o ar,
um gesto que curva
o que se quer tocar.

É o corpo do som,
a linha do espaço,
o peso da pausa
no fim de um abraço.

Criar é inventar contornos
praquilo que escapa,
dar forma ao silêncio
sem que ele se quebre.

Porque o invisível,
quando ouvido com cuidado,
tem um rosto possível.

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