A Forma do Invisível
Nem tudo
tem contorno.
Às vezes, o poema
é só vento que pensa,
é mar sem costura.
Mas a
forma chega
como quem molda o ar,
um gesto que curva
o que se quer tocar.
É o corpo
do som,
a linha do espaço,
o peso da pausa
no fim de um abraço.
Criar é
inventar contornos
praquilo que escapa,
dar forma ao silêncio
sem que ele se quebre.
Porque o
invisível,
quando ouvido com cuidado,
tem um rosto possível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário