Houve o Choro, Houve a Cura
houve o
choro.
não disfarçado,
não negado.
chorou-se tudo:
as dores antigas,
as saudades escondidas,
as raivas sem dono.
houve o
choro —
e com ele, o desabar necessário,
o despir da alma,
o alívio bruto.
depois,
houve a cura.
não de
repente,
não com fogos de artifício.
veio como vem a manhã:
devagar,
suave,
certa.
e ali,
onde antes era só cansaço,
nasceu um espaço novo.
leve,
vivo,
possível.
houve o
choro.
e porque houve o choro,
houve a cura.
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