O Eco e o Espaço
e o espaço
era limpo,
como quem varre a alma
de tudo o que foi peso.
não havia
móveis velhos,
nem retratos gastos,
nem vozes demais.
só o
vazio.
só o branco.
só o respirar.
e no meio
desse espaço limpo,
o eco.
não um eco leve,
não um eco esquecido —
mas um eco com peso,
com memória,
com carne.
o que eu
dizia voltava para mim,
cheio de verdades que eu temia ouvir.
e o
espaço, tão limpo,
não escondia nada.
e o eco,
tão pesado,
não perdoava mentira.
entre o
silêncio e o som,
eu me encontrei.
e me perdi.
e me encontrei outra vez.
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