notificações em silêncio
acordei com a sensação
de que algo não começou.
ou começou errado.
ou sou eu que ainda estou no rascunho.
a cidade vibra no modo avião,
gente andando depressa pra lugar nenhum,
com olhos que deslizam na superfície das coisas.
como quem aceita o contrato sem ler.
penso demais e ajo de menos.
é a antítese modorrenta da minha era:
urgência e apatia
num feed que nunca dorme.
entre um café morno e uma meta não batida,
me pergunto:
quando foi que desaprendemos a pausa?
o afeto com acento,
o toque sem atalho?
queria me desligar sem morrer,
desaparecer só pra ver
quem ainda sentiria falta
de alguém que nunca esteve todo.
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