Antítese Modorrenta
No vão da tarde entediada,
quando o sol boceja preguiça,
dança lenta a ideia alada
com a razão que nunca se atiça.
É quando o verbo se contradiz
sem pressa, sem convicção —
uma briga que pede bis
no silêncio da contramão.
Antítese modorrenta,
palavra que se espreguiça,
que vive entre o sim e o não
sem querer tomar notícia.
O claro flerta o escuro,
o grito se deita no sussurro,
e o tempo, meio surdo,
esquece o próprio curso.
Nessa rima meio morta,
nessa lógica sonolenta,
tudo é tudo e nada importa
na antítese modorrenta.
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