O Retorno das Palavras
e o que
eu dizia
voltava para mim.
não como
resposta,
não como castigo,
mas como espelho.
cada
palavra lançada
desenhava um contorno novo
em minha própria pele.
o que eu
julgava,
me julgava.
o que eu amava,
me amava.
o que eu temia,
me temia.
e assim
aprendi:
falar era também ouvir,
gritar era também confessar,
calar era também renunciar.
o que eu
dizia
não se perdia no vento —
ele fazia caminho,
dava meia-volta,
e batia na porta do meu peito.
e eu, sem
ter para onde fugir,
aprendi a dizer
com mais verdade,
com mais cuidado,
com mais alma.
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