Odisseia Silenciosa (Parte II)
Vi mundos dentro de uma lágrima,
e ruínas erguendo-se de sorrisos.
Aprendi que há mentiras tão belas
que a alma as veste como véu sagrado.
Encontrei os sábios — mudos,
porque as palavras já não servem
quando o coração ouve o indizível.
Eles apenas me olharam… e compreendi.
O tempo lá não anda: ele paira,
como uma ave sobre o mar das escolhas.
Ali percebi:
o destino é uma bússola sem ponteiro.
E tu, que agora me escutas,
prepara-te para não entender.
Pois há verdades que só nascem
depois da rendição completa.
Abandona teus mapas,
teus nomes, tuas certezas.
Navega nu sobre tuas dúvidas,
e quando te perderes… estarás perto.
Pois a verdadeira jornada
não tem chegada —
apenas camadas que se desfazem
ao toque da consciência.
E se a dor vier — e virá —
acolhe-a como oráculo.
Ela sussurra aquilo que escondes de ti.
E o que escondes é o que te guia.
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