Perto do Nada
Entrei e saí
por vários caminhos
que diziam meu nome
sem me reconhecer.
Dobrei esquinas do tempo,
pisei em passos antigos,
procurei vestígios de mim
em rostos que não eram espelhos.
E de tanto não me encontrar,
reparei:
estava em lugar algum.
Um quase-lugar,
feito de neblina e lembrança,
onde os muros não se firmam
e as portas não sabem fechar.
Ali,
onde o silêncio se alonga
como sombra sem dono,
descobri que o mais próximo de mim
era o nada.
E que talvez —
só talvez —
nesse nada morasse o começo
do que sou
sem saber.
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