Quando o Corpo Silencia
Mas se o corpo silenciar-se —
de verdade,
como quem adormece sem medo,
como quem pousa a última palavra
num chão que não exige resposta —
a alma certamente escutará.
Escutará o que vem de longe,
de antes,
de dentro,
como uma água subterrânea
que sempre esteve ali.
O som não é som.
É presença.
É vento que atravessa sem tocar,
mas deixa tudo diferente depois.
O corpo se cala
e então, por um instante,
tudo que era peso se desfaz em escuta.
E o que era ausência
revela sua voz.
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