Zero
A tolerância será sempre igual a zero —
não por falta de amor,
mas por excesso de verdade.
Há um ponto em que a alma
não se curva mais.
Não por orgulho,
mas por ter entendido
que o chão também cansa
de ser pisado.
Ser tolerante é, às vezes,
abrir portas demais
e esquecer de fechar as próprias janelas.
E então o vento entra.
E leva o que era abrigo.
Aprendi:
há coisas que não merecem mais espaço,
nem mais desculpas,
nem mais esperas.
Porque o respeito não se pede,
se percebe.
E o silêncio —
quando vem depois de muito ruído —
é uma espécie de justiça.
Sim,
a tolerância será sempre igual a zero
quando a dignidade
for menor que o medo.
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