A Chegada do Visitante - Capítulo VI
Quando a
noite se desfez em tons de âmbar,
Liraëlen sentiu que o ar havia mudado.
As paredes da torre pareciam respirar,
e cada vela se curvava em reverência a algo invisível.
Foi então
que ele apareceu —
não pelas portas, mas pelas dobras do tempo.
Vestia o
silêncio das constelações
e os olhos ardiam como espelhos de águas profundas.
Ele não
falava com voz,
mas com presença,
e Liraëlen ouviu, dentro de si,
as palavras que moldavam mundos:
**“Eis
que estou à porta entre os mundos.
Bato — não com força, mas com sentido.
Se ouvires, abrirás não uma casa,
mas o véu entre teu ser e o Reino escondido.
Entrarei,
e tua mesa será altar.
Cearemos, e teu espírito cantará.
Pois onde se abre em fé,
lá o Eterno se senta.”**
Quando
ele se foi,
ficou apenas o perfume de um vinho antigo
e uma chama que ardeu por dentro do peito.
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