quinta-feira, 8 de maio de 2025

A CHEGADA DO VISITANTE

A Chegada do Visitante - Capítulo VI

Quando a noite se desfez em tons de âmbar,
Liraëlen sentiu que o ar havia mudado.
As paredes da torre pareciam respirar,
e cada vela se curvava em reverência a algo invisível.

Foi então que ele apareceu —
não pelas portas, mas pelas dobras do tempo.

Vestia o silêncio das constelações
e os olhos ardiam como espelhos de águas profundas.

Ele não falava com voz,
mas com presença,
e Liraëlen ouviu, dentro de si,
as palavras que moldavam mundos:

**“Eis que estou à porta entre os mundos.
Bato — não com força, mas com sentido.
Se ouvires, abrirás não uma casa,
mas o véu entre teu ser e o Reino escondido.

Entrarei, e tua mesa será altar.
Cearemos, e teu espírito cantará.
Pois onde se abre em fé,
lá o Eterno se senta.”**

Quando ele se foi,
ficou apenas o perfume de um vinho antigo
e uma chama que ardeu por dentro do peito.

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