correndo parado
tô sempre com pressa.
não sei de quê.
me atraso pra tudo,
até pros silêncios.
respondo mensagem sem ler,
ando rápido sem destino,
acelero o pensamento
pra não encarar o que sobra.
o tempo virou um bicho nervoso
correndo em círculos
no peito.
e eu alimento ele com tarefas,
como quem doma a ansiedade
com produtividade.
mas chega a noite
e tudo volta:
a sensação de ter feito demais
sem ter vivido nada.
não é cansaço.
é outra coisa.
um tipo de ruído
que mora dentro
e disfarça o vazio
com barulho de agenda cheia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário