Horizontes Fechados
Bateu em todas as portas
com mãos feitas de esperança antiga.
Chamou pelos nomes esquecidos,
sussurrou promessas que ninguém lembrava.
A estrada era longa,
mas seus pés já sabiam do peso da espera.
Levava consigo mapas desenhados com lágrimas,
e a memória de um sol que nunca nasceu.
Em cada encruzilhada,
erguia os olhos como quem pergunta ao céu.
Mas o céu…
ficava mudo.
E então,
quando o último caminho parecia cintilar,
quando a alma se curvou no gesto final,
encontrou apenas horizontes fechados.
Não grades.
Não muros.
Mas um mundo que se negava a abrir os braços.
Ainda assim, permaneceu.
Não por teimosia,
mas porque às vezes,
a própria espera é uma forma de fé.
E no silêncio do que não se alcança,
há quem descubra
que certos portais não se abrem —
eles se tornam.
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