segunda aba
vivo como quem deixa a vida
aberta numa aba secundária.
não fecho,
mas também não clico.
estou aqui,
mas de fone.
respondendo com gestos mínimos
pra não ser confundido com ausência.
meus dias passam como comerciais
que não prestei atenção.
às vezes me pego existindo
no automático —
modo silencioso da alma.
tenho medo de que
me acostumar com isso
seja pior que a dor.
a vida vai acumulando poeira
num canto da consciência
e só percebo
quando tropeço
no próprio vazio.
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