O Mapa da Pele
Os dedos, cartógrafos do corpo,
deslizam por planícies e vales,
decifrando o relevo da saudade.
Cada toque, um mapa secreto,
onde os lábios reencontram
o caminho da sede.
A ausência, um continente inexplorado,
onde as palavras se perdem
e o silêncio ganha contornos.
O eco da voz que se calou,
uma bússola quebrada,
apontando para o vazio.
Nos encontros breves,
o tempo se dobra em origami.
Um olhar, um gesto,
um universo inteiro
caber em um instante roubado.
A promessa suspensa no ar,
um fio invisível ligando
dois pontos no infinito.
E as despedidas,
portos de partida,
onde os navios da alma
desfazem os nós.
O adeus, um vento frio,
levando consigo
pedaços da paisagem interna.
Mas a esperança, teimosa,
ancorada no cais do peito,
aguarda o próximo embarque.
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