PERCEPÇÃO
então me rendo às obviedades da percepção
porque suas mãos me passam a explicação do todo
que eu jamais havia entendido.
percebo que elas suavizam ao toque
ao esplêndido toque que eu ousara querer
mas não quisera pedir.
nem tão pesado nem tão leve.
apenas toque
de mãos que
inquietas
não se desviam dos gestos
que a conversa obriga.
mãos que sabem a carícias e cuidados
revelando redes às quais me prendo
porque percorre em mim
de extremidade a extremidade.
e eu a ajudo
porque também a percorro
até que nos quedamos ao infinito prazer
de nos perder em retinas de fogo
que nos fazem a comunicação sem nada falarmos.
até percebermos que esses olhos nos desvendam
e nos desnudam.
alguns segundos que nos revelam
vontades
manias
nossas tantas coragens
de nos atirarmos ao fundo
do mais puro deleite
de sabermos nossas trocas.
que começaram com os toques.
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