sábado, 21 de junho de 2025

A COR DO OCASO

 A Cor do Ocaso

 

O desejo, uma brasa ainda acesa,

sob as cinzas de um encontro findo.

Lembra a cor do céu naquele instante,

um laranja melancólico tingindo a memória.

 

O silêncio, agora um lençol pesado,

cobrindo o leito onde ecoavam risos.

Nele, a ausência borda arabescos invisíveis,

a falta tactível de uma mão na sua.

 

Os encontros, fragmentos de um sonho,

estilhaços de vidro refletindo um paraíso breve.

A intensidade do toque, a vertigem do olhar,

preservados como âmbar contra o tempo.

 

As despedidas, um nó na garganta,

um horizonte que se distancia embaçado.

A promessa sussurrada ao vento,

uma semente teimosa na terra árida da saudade.

 

Mas mesmo no vazio da separação,

persiste a melodia tênue do querer,

a esperança, pequena chama vacilante,

de um novo encontro ao acaso da vida.


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