A Cor do Ocaso
O desejo, uma brasa ainda acesa,
sob as cinzas de um encontro findo.
Lembra a cor do céu naquele instante,
um laranja melancólico tingindo a memória.
O silêncio, agora um lençol pesado,
cobrindo o leito onde ecoavam risos.
Nele, a ausência borda arabescos invisíveis,
a falta tactível de uma mão na sua.
Os encontros, fragmentos de um sonho,
estilhaços de vidro refletindo um paraíso breve.
A intensidade do toque, a vertigem do olhar,
preservados como âmbar contra o tempo.
As despedidas, um nó na garganta,
um horizonte que se distancia embaçado.
A promessa sussurrada ao vento,
uma semente teimosa na terra árida da saudade.
Mas mesmo no vazio da separação,
persiste a melodia tênue do querer,
a esperança, pequena chama vacilante,
de um novo encontro ao acaso da vida.
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