Ruínas Íntimas
Pontes desabam sob meus pés,
como cadafalsos da alma.
A travessia interrompida,
o abismo escancarado,
onde a esperança se espatifa
em destroços e silêncio.
Cada passo tentado,
uma nova ruína a surgir.
Os pilares da fé, corroídos,
cedem ao peso invisível
da angústia e da incerteza.
O corpo cambaleia na borda,
o olhar perdido no vão.
As promessas de outrora,
agora fantasmas pálidos,
pairam sobre a cratera.
E no lugar da passagem segura,
apenas a memória da travessia,
um eco distante de um tempo
em que os caminhos se abriam
sem a ameaça constante da queda,
sem a fria constatação
de que o chão pode sumir
sob o peso dos próprios passos.
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