segunda-feira, 9 de junho de 2025

O ECO SEM VOZ

 


O Eco Sem Voz

 

A saudade que não faz barulho.

Ela não grita, não chora,

não rasga o tecido da noite.

É um sussurro etéreo,

um sopro morno

no avesso da alma.

 

Não há estampido, nem furor.

Apenas um ressonar subterrâneo,

como a maré que recua em silêncio

deixando a areia úmida.

Uma vibração sutil,

o zumbido de uma memória

que se recusou ao esquecimento,

mas que não pede palco.

 

É a presença da ausência

em sua forma mais pura.

Não a ferida aberta,

mas a cicatriz suave,

que a gente toca sem querer

e sente o relevo do que foi.

Uma melancolia aquietada,

que não exige prantos,

apenas o reconhecimento

de que algo existe,

e sempre existirá,

no fundo.

No lugar mais profundo

onde o som não chega,

mas a sensação permanece.

 

 

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