A
Ressonância Silenciosa da Saudade
Também já senti essa saudade que não faz
barulho. Não se manifesta em gritos ou lamentos, não se estraçalha em soluços.
É uma saudade que se aloja em lugares ocultos, em câmaras secretas do peito,
onde o som é desnecessário para que a presença seja sentida. Ela não pede
passagem; simplesmente ressoa no fundo. Uma vibração quase imperceptível, como
o tremor distante de um sino, que se espalha pelas veias e adentra os cantos
mais remotos da alma.
É a ausência que se torna presente, mas
não de forma dolorosa e aguda. É uma melancolia suave, um reconhecimento do que
foi e já não é, sem que isso implique em desespero. Um aceno para a memória,
sem a necessidade de reviver cada detalhe. Essa ressonância é o que nos lembra
da complexidade do afeto, da forma como o tempo e a distância transformam a
intensidade da falta em uma quietude que, paradoxamente, ecoa mais fundo do que
qualquer clamor. É a saudade que se basta em si mesma, em seu silêncio
profundo, porque o que foi vivido não precisa de alarde para continuar
existindo em nós.
Explora esse mesmo tema acima em uma
poesia lírica, moderna, sem rima e com título.
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