segunda-feira, 9 de junho de 2025

A RESSONÂNCIA SILENCIOSA DA SAUDADE

 



A Ressonância Silenciosa da Saudade

 

Também já senti essa saudade que não faz barulho. Não se manifesta em gritos ou lamentos, não se estraçalha em soluços. É uma saudade que se aloja em lugares ocultos, em câmaras secretas do peito, onde o som é desnecessário para que a presença seja sentida. Ela não pede passagem; simplesmente ressoa no fundo. Uma vibração quase imperceptível, como o tremor distante de um sino, que se espalha pelas veias e adentra os cantos mais remotos da alma.

 

É a ausência que se torna presente, mas não de forma dolorosa e aguda. É uma melancolia suave, um reconhecimento do que foi e já não é, sem que isso implique em desespero. Um aceno para a memória, sem a necessidade de reviver cada detalhe. Essa ressonância é o que nos lembra da complexidade do afeto, da forma como o tempo e a distância transformam a intensidade da falta em uma quietude que, paradoxamente, ecoa mais fundo do que qualquer clamor. É a saudade que se basta em si mesma, em seu silêncio profundo, porque o que foi vivido não precisa de alarde para continuar existindo em nós.

 

 

 

 

 

Explora esse mesmo tema acima em uma poesia lírica, moderna, sem rima e com título.

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