Teia Inexplicável
Dentro de mim,
onde a sombra da pele se encontra
com a luz que sou,
há uma teia.
Não a teia do orvalho da manhã
brilhando em fios visíveis,
nem a da aranha paciente
tecendo sua armadilha sutil.
Esta é outra.
Feita de ecos de sonhos,
de sussurros de um passado que não lembro,
e a promessa de um futuro que ainda não me chamou.
Ela se estende, infinita,
conectando cada fibra,
cada pensamento fugaz,
cada pulsação silenciosa.
É a arquitetura de ser,
um mapa sem legenda,
uma sinfonia sem maestro.
E nela, respiro.
Nessa poesia que não se escreve,
mas que simplesmente existe,
profundamente,
inexplicavelmente,
em mim.
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