O
Vazio Que Fica
A
presença da ausência é o que mata.
Não
a lâmina, não o tiro,
mas
o espaço que sobra
onde
antes havia o corpo, a voz, o riso.
É
a geometria distorcida de um ambiente
que
se recusa a preencher
o
contorno do que se foi.
É
o ar pesado, denso,
nos
lugares que você não ocupa.
O
silêncio que se impõe
sobre
a melodia que antes era sua.
É
o quase toque na cadeira vazia,
a
mão estendida que encontra apenas o nada.
A
saudade ativa, pulsante,
que
não é de lembrança, mas de falta concreta.
É
o martelo do dia a dia
batendo
na certeza do irrecuperável.
O
travesseiro ainda marcado,
o
café que esfria sem ser tocado.
Uma
morte lenta e contínua,
diluída
em cada objeto,
em
cada canto da casa,
que
grita o nome do que não está.
E
a gente respira, come, dorme,
mas
sabe que em alguma parte,
um
pedaço essencial,
cessou
de viver.
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