Mapas para Nenhum Lugar
A bússola gira em falso,
o norte se perde na névoa densa.
Pontes desabam sob os pés,
caminhos se apagam na areia.
Um labirinto sem centro,
onde os ecos da própria voz
se confundem com o silêncio.
Procuro o que não tem nome,
o porquê que foge à razão.
Cada passo, uma interrogação,
cada fôlego, um espelho turvo.
O mapa, rasgado em mil pedaços,
não aponta para saída,
mas para a vastidão do incerto.
Existir é um rascunho sem fim,
linhas traçadas no vazio.
A busca, mais que o achado,
o eterno andar sem destino.
Nenhum lugar, afinal, é o lar,
onde a alma encontra a si mesma,
no exato ponto da perplexidade.
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