quinta-feira, 12 de junho de 2025

SILÊNCIO QUE CUTUCA

 


SILÊNCIO QUE CUTUCA

 

E havia em mim o eco da ausência

que  se espreguiçava na tarde,

como um toque suave de nada,

um quase um sussurro.

Nada de palavras,

nem melodia,

só a leveza

de um tempo que ainda hoje

se recusa a ser preenchido.

 

E o silêncio me cutuca,

como uma sombra que,

amiga,

insiste em dançar

nos vãos do meu pensamento.

Isso não é vazio,

é um espaço para a respiração da alma,

onde as cores se aquietam

e o mundo se dissolve

em calmaria.

 

A verdade me foi revelada

nesse não-som

onde todas as verdades

se revelam.

O ruído das certezas não são impostas,

mas a melancolia doce de existir,

e a dança invisível do tempo,

em mim não para.

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