quinta-feira, 5 de junho de 2025

E O CORPO PEDE MOVIMENTO

 



E o corpo pede movimento

Mesmo quieto,
há algo em mim que pulsa,
que sussurra com urgência:
vai.

O corpo pede movimento —
não só o dos passos,
mas o da alma que dança,
do coração que se abre,
do pensamento que desamarra.

É uma febre mansa
que mora nos ombros,
nas mãos que não querem mais ficar paradas,
na respiração que muda
quando o mundo lá fora chama
e algo em mim responde:
estou aqui.

Não é pressa,
é fluxo.
É o corpo dizendo que cansou de caber
numa moldura parada.

Quero o balé das possibilidades,
o tropeço bonito da tentativa,
a vertigem boa de ser caminho
e não destino.

E se o corpo pede movimento,
que eu ouça.
Que eu não o traia com rotinas áridas
ou com promessas de depois.

Porque às vezes,
a cura começa
no exato instante
em que se dá o primeiro passo.  

 

"Quero o balé das possibilidades,

o tropeço bonito da tentativa,

a vertigem boa de ser caminho

e não destino."        Vicente


 



 


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