E o corpo pede movimento
Mesmo quieto,
há algo em mim que pulsa,
que sussurra com urgência:
vai.
O corpo pede
movimento —
não só o dos passos,
mas o da alma que dança,
do coração que se abre,
do pensamento que desamarra.
É uma febre mansa
que mora nos ombros,
nas mãos que não querem mais ficar paradas,
na respiração que muda
quando o mundo lá fora chama
e algo em mim responde:
estou aqui.
Não é pressa,
é fluxo.
É o corpo dizendo que cansou de caber
numa moldura parada.
Quero o balé das
possibilidades,
o tropeço bonito da tentativa,
a vertigem boa de ser caminho
e não destino.
E se o corpo pede
movimento,
que eu ouça.
Que eu não o traia com rotinas áridas
ou com promessas de depois.
Porque às vezes,
a cura começa
no exato instante
em que se dá o primeiro passo.
"Quero o balé das possibilidades,
o tropeço bonito da tentativa,
a vertigem boa de ser caminho
e não destino." Vicente
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