Presença
Diluída
Não
um silêncio de ausência de som.
Não
o vácuo absoluto, o nada que precede o grito.
Mas
um silêncio de presença diluída.
Algo
que está, mas não se toca, não se vê,
apenas
se sente escorrer.
Como
a cor que se apaga na água,
ainda
ali, mas sem a intensidade, sem o contorno.
É
a sombra do que foi, espalhada em cada canto,
uma
névoa fina que permeia o ar
e
adere à pele.
A
ausência não como vazio,
mas
como ocupação sutil,
um
peso que não se pesa,
uma
forma que se desfez,
mas
que ainda preenche o espaço.
É
o respiro que não se ouve,
o
movimento que não se vê,
mas
que impregna a atmosfera.
Um
silêncio que se prova amargo,
porque
é o sabor do que se desfez,
do
que se tornou parte do fundo,
misturado,
indistinguível,
mas
eternamente presente
naquilo
que sobrou.
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