segunda-feira, 9 de junho de 2025

PRESENÇA DILUÍDA

 


Presença Diluída

 

Não um silêncio de ausência de som.

Não o vácuo absoluto, o nada que precede o grito.

Mas um silêncio de presença diluída.

Algo que está, mas não se toca, não se vê,

apenas se sente escorrer.

Como a cor que se apaga na água,

ainda ali, mas sem a intensidade, sem o contorno.

 

É a sombra do que foi, espalhada em cada canto,

uma névoa fina que permeia o ar

e adere à pele.

A ausência não como vazio,

mas como ocupação sutil,

um peso que não se pesa,

uma forma que se desfez,

mas que ainda preenche o espaço.

 

É o respiro que não se ouve,

o movimento que não se vê,

mas que impregna a atmosfera.

Um silêncio que se prova amargo,

porque é o sabor do que se desfez,

do que se tornou parte do fundo,

misturado,

indistinguível,

mas eternamente presente

naquilo que sobrou.

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