domingo, 22 de junho de 2025

SOB CAMADAS DE PEDRA, AREIA, E TEMPO

 

Sob camadas de pedra, areia, e tempo

Sob camadas de pedra,
há um grito engasgado,
fóssil de uma palavra
que quis nascer mundo.

Areia sussurra segredos
de pegadas que não voltam —
são mapas sem bússola,
são promessas ao vento.

O tempo,
esse escultor invisível,
lixa as margens do que fomos
até restar só o eco.

E no fundo,
onde a luz quase não toca,
repousa um gesto intacto,
como se esperasse recomeço.

Ali, entre ruínas e raízes,
bate um coração antigo,
feito do barro dos dias
e da esperança dos séculos.


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