Sob
camadas de pedra, areia, e tempo
Sob
camadas de pedra,
há um grito engasgado,
fóssil de uma palavra
que quis nascer mundo.
Areia
sussurra segredos
de pegadas que não voltam —
são mapas sem bússola,
são promessas ao vento.
O tempo,
esse escultor invisível,
lixa as margens do que fomos
até restar só o eco.
E no
fundo,
onde a luz quase não toca,
repousa um gesto intacto,
como se esperasse recomeço.
Ali,
entre ruínas e raízes,
bate um coração antigo,
feito do barro dos dias
e da esperança dos séculos.
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