O Perfume do Vazio
Não é jasmim, nem café
fresco.
É um rastro invisível,
mas presente.
O cheiro da ausência que
permeia.
Gruda nas cortinas,
no travesseiro ainda
marcado.
No silêncio que antes era
riso,
agora é apenas o ar
pesado.
É um armário vazio,
com a fragrância fantasma
da camisa que não está lá.
Uma xícara esquecida na
pia,
sem o vapor, sem a rotina.
Ele se mistura ao pó nos
móveis,
à luz que bate na parede
onde a foto não foi
pendurada.
É a nota que falta no
acorde,
a palavra que não se
disse,
mas que ainda vibra na
língua.
Não dá para lavar,
nem ventilar para fora.
O cheiro da ausência que
permeia
é a memória que respira,
um fantasma olfativo
que te envolve, suave e
denso,
no espaço que um dia foi
cheio.
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