Ferida Silenciosa
Não tem gesso, nem
band-aid visível,
a pele intacta, o sorriso
de fachada.
Mas por dentro, o rasgo
indizível,
uma hemorragia que não é
estancada.
É o sal do choro sem gota,
a faca do não dito, do
"e se",
a memória que se anota
na carne que ninguém vê.
Ali, onde a luz não entra,
no avesso do avesso da
coragem,
a dor se concentra, se
adentra,
uma paisagem árida, sem
miragem.
E o corpo respira, finge,
o mundo exige a máscara do
"bem".
Enquanto o abismo te
atinge,
e a ferida sangra para
ninguém.
"Estar calado não significa estar em paz."
Vicente Siqueira
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