IDENTIDADE
(A VOCÊ DE DEZ ESTRELAS)
há sonho a se espalhar
e tantas cruezas a borbulharem
(pasmem)
das mãos das estrelas.
percebo a ida
a 1964 (talvez qualquer 31 de março).
alguns garotos brincam de liberdade
nos cárceres da tortura
e lhes perguntam se brincam de
cidadãos.
contradizem-se os das estrelas
ao ombro.
geralmente generais
e coronéis
e sargentos
e cabos
e até os rasos.
dizem-me:
deixe essa luta
nada tens a ver com isso
e é verdade
não tenho
(não tinha).
mas julgava que sim
que tudo era da minha conta
e seria se não fosse a parte abusiva
do verde-oliva.
pensar o contrário rapidamente
e sair de cena.
quando soarem os tamborins
e os pandeiros
eu volto.
mas não me encontro mais
pois levaram-me a
identidade.
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