Dias de Silêncio
Há dias que a voz se
recolhe,
vira concha.
O mundo fala, grita,
e a gente só escuta,
ou nem isso.
São dias de poeira nos
cantos,
e a alma se aquietando,
um passo de cada vez,
no piso frio do próprio
ser.
A tela acende, o telefone
vibra,
mas a resposta mora longe,
numa ilha que só existe
quando as palavras
tiram férias.
Nesses dias,
o silêncio é uma língua
que a gente esquece de
falar,
mas entende perfeitamente.
É a gramática da pausa,
o respiro entre uma frase
e a próxima vida.