Sussurros do Ipê Amarelo
Eu
caminho sob a copa do ipê,
meus
pés afundando levemente
na
manta amarela das flores caídas.
Cada
pétala, uma pequena vela,
apagada
pelo vento.
O
cheiro de terra úmida
mistura-se
ao perfume doce e efêmero
que
as abelhas ainda buscam.
Eu
toco o tronco rugoso,
sinto
a vida pulsando em suas raízes profundas,
invisíveis.
Como
eu, ele se ergue,
resistindo
às estações,
às
chuvas que lavam,
ao
sol que queima.
Minhas
mãos se perdem
nas
fissuras da casca,
linhas
que contam histórias
de
invernos e primaveras renascidas.
Olho
para o céu,
azul
intenso entre os galhos vazios,
e
vejo meu próprio reflexo
na
folha verde que ainda se agarra, teimosa.
Um
sopro, um murmúrio,
e
ela também se solta,
girando
em sua dança final,
antes
de se juntar ao tapete dourado.
Eu
me agacho, pego uma flor,
sua
textura macia entre meus dedos.
É
tão frágil, tão vibrante,
tão
presente.
É
o instante.
O
ipê não pergunta
por
que suas flores caem.
Ele
apenas as entrega.
E
eu, em meio a essa beleza que se despede,
sinto
uma paz estranha,
como
se cada pétala fosse
um
pequeno adeus
que
me ensina a aceitar
o
fluxo constante das coisas.
E
meu coração, um pouco mais leve,
sussurra
de volta:
"Obrigado."
6 comentários:
hummmmm
adorei os doces suculentos.
suculentos como os seus, não tinha provado ainda, rsssss.
muitos ....
poetamigo
rsssss
vc é demais amigos.
Com vc aqui tudo é bem mais legal, obrigada por td.
Sabe que to com muita saudades do blog, sem tempo pra ele,mas não sem tempo pros amigos.
Outros e outros
Vicente! "Estava eu posta em sossego..."rs, porque ninguém é de ferro, e não ando postando e nem comentando os amigos(férias bloguísticas...), quando vou dar uma olhadela rápida e vejo você no meu bloguinho!!! Caramba! Quase caí no teclado...rsrs Exageros à parte, pensei que você andasse longe!!!!!!!
Que delícia que está aqui, com a "doceria" em plena atividade!
E estou escondida (aqui)...porque não devia vir aqui e não ir aos demais...rs
Beijos, Vicente.
Logo voltarei.
Obrigada!!!!!! por tudo!
Dora
aiii
Se vc disse eu acredito...
Tb tenho um pouco de medo de mim, às vezes falo muito, deixo as pessoas acoadas...
Que bom saber que contigo foi diferente.
Muitos beijos amigo
Nao temer as palavras nao é fácil.palavras doces ,sao ótimas;palavras menos doce sao dificeis...mas palavras sao palavras e os poemas precisam de todas elas.Viajo pelos blogs e aqui e ali me encanto,me arrepio,me inqueito,me consolo,desconsolo,rio,quase choro...Sao as palavras(as ideias) que acabam abrindo a alma.Sem preconceito eu as recebo(nem sempre as minhas sao bem recebidas.Ossos do ofiício de poeta e humano!)Tudo bem>que tenham 3 a ouvir as bobeiras que digo...vai bem.Falar é exercicio de viver...difil,meu caro...mas nao temos outra arma tao poderosa como as palavras.Obrigadao pela força(sobreviver é comum aos poetas.)vou sobrevivendo.
Tá vendo amigo Vicente, você quase fez a Dora cair do teclado. Isso é bom, assim ela volta logo. MOntanhosoAbraço.
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