domingo, 10 de janeiro de 2016

PÔR-DO-SOL


Foto: dia 14 de agosto de 2006, às 17:50 h

Pôr-do-sol, fotografado a partir da calçada da rua Oswaldo Milward, por entre a copa de uma árvore, ao lado da Igreja de São Benedito, no centro da cidade de Barra do Piraí.

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Vicente Siqueira

sábado, 2 de janeiro de 2016

MBP - METALÚRGICA BARRA DO PIRAÍ - EM DEZEMBRO DE 2013



Belíssima fábrica da MBP - Metalúrgica Barra do Piraí
No bairro Campo Bom
em Barra do Piraí
Foto dia 13/12/13 às 11:05h

sábado, 20 de junho de 2015

AMIGO DO REI

 

AMIGO DO REI

 

O protocolo me sufoca, a seda, um peso na pele.

Sorrisos calculados, ecos vazios naquela sala de espelhos.

Eles falam de poder, de guerras e de fortunas,

enquanto eu observo a poeira dançar nos raios de sol furtivos.

 

Eu também sou amigo do rei, dizem.  Mas a amizade se resume

a um aperto de mão frio, a um nó na garganta,

a uma palavra seca, solta no labirinto de seus desejos.

 

Meu reino é a sombra que se estende além dos muros,

a solidão que floresce no jardim negligenciado.

A amizade que ofereço é a da escuta atenta,

o silêncio que acolhe o peso de uma coroa.

 

Não preciso de banquetes, nem de joias cintilantes.

Minha lealdade reside no olhar que desvenda a máscara,

na compreensão que não julga, na palavra não dita

que ecoa mais forte que os cânones e os hinos reais.

 

Eu sou o amigo invisível, o reflexo no espelho quebrado,

a lembrança silenciosa da humanidade que se esconde

sob o brilho opressor do ouro e do cetro.

Eu também sou amigo do rei, em minha própria maneira,

e isso, talvez, seja a verdadeira realeza.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

QUANDO TE SONHO, EXISTO

 

Quando Te Sonho, Existo

 

A escuridão da noite não é vazio,

mas um portal que se abre

para o reino do possível,

onde as regras do dia se desfazem.

 

É ali, no palco macio do sono,

que tua forma se materializa,

mais vívida que a luz da manhã,

mais real que a palma da minha mão.

 

Teu riso ecoa, teu toque se acende,

e a ausência que me consome desperto

se dissolve em um abraço perfeito.

Cada detalhe teu é gravado

na carne do meu sonho.

 

E por alguns instantes mágicos,

minha alma se encontra,

o coração bate no ritmo certo,

o ar que respiro tem um cheiro,

um sentido profundo.

 

Acordo, e o corpo volta a pesar,

o quarto é apenas um quarto.

Mas a verdade é que só existo,

plenamente, verdadeiramente,

naqueles breves e infinitos momentos

em que te sonho.

 


segunda-feira, 15 de junho de 2015

PORTA TRANCADA POR DENTRO

 

Porta Trancada Por Dentro

 

E a porta trancada por dentro,

não é parede, é barreira.

Não há chave, não há fresta,

apenas a mão que a segura,

a minha própria,

que não cede, não liberta.

 

É um ato de auto-prisão,

uma escolha sem nome,

que prende o passo, cala a voz.

O lado de fora, um sussurro distante,

o que poderia ser, um sonho.

 

E o silêncio aqui dentro,

não é paz, é eco.

O eco das chances perdidas,

dos caminhos não tomados.

A porta, um espelho turvo,

refletindo a mim mesmo,

o carcereiro, o prisioneiro.

sábado, 13 de junho de 2015

O TEATRO EFÊMERO DA VIDA

 

O Teatro Efêmero da Vida


Eu me sento, espectador silencioso,

no grande palco do mundo.

As luzes mudam com o passar das horas,

o cenário, a cada estação.

E os atores, nós mesmos,

entram e saem de cena,

em um balé constante de chegadas e partidas.

É o teatro efêmero da vida.

 

Eu observo os figurinos, as máscaras,

as expressões que mudam a cada fala,

a cada passo.

Há o drama, a comédia, a tragédia,

tudo misturado em um enredo sem ensaio prévio.

As cortinas se abrem e se fecham,

e a cada ato, uma nova versão de nós surge,

moldada pelas experiências,

pelas dores, pelos amores.

 

Há cenas que eu gostaria de pausar,

de reviver em câmera lenta:

o riso que explodiu sem motivo,

o abraço que me aqueceu a alma,

o instante de revelação que mudou tudo.

E há outras que eu gostaria de apagar,

de reescrever,

mas o script não permite.

A vida segue seu curso imparável,

e nós, apenas interpretamos nossos papéis.

 

Eu sinto a fragilidade de tudo.

A beleza que desabrocha e fenece,

a voz que se cala,

o olhar que se perde no horizonte.

Mas também sinto a força da impermanência,

que nos ensina a valorizar cada aplauso,

cada silêncio,

cada respiração no palco.

 

E ao final do dia, quando as luzes diminuem,

e o palco se prepara para a próxima performance,

eu me levanto, talvez um pouco mais sábio,

um pouco mais consciente

de que sou parte dessa grande peça sem fim.

E a cada amanhecer,

a cortina se ergue novamente,

e eu estou pronto para o meu próximo ato,

nesse teatro efêmero e maravilhoso que é viver.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O VOO QUE NÃO É VOO

 

 O Voo que Não É Voo

 

A saudade, sorrateira.

Não a que se chora, mas a que se finca.

Um andaime espetado em plena avenida,

nas minhas veias,

nas minhas artérias dilatadas.

Que estranha arquitetura é essa que se constrói dentro de mim?

 

Sua voz, um eco que se recusava a ser calado,

diria: "Volta."

Uma palavra. Um abismo.

Uma ordem que não se ordena.

E a gente obedece. Por que?

 

Sem perceber as implicações.

A intenção do carinho, essa armadilha sutil.

Que muda a gente, sem a gente querer.

Que tece outra trama, outro destino.

E de repente,

eu, o que fugia, o que se esquivava,

percebi-me:

malas na mão,

naquele imenso saguão.

Um lugar de partidas e de chegadas,

mas que para mim, era apenas um limbo.

Aguardando a aeronave.

Que me aproximaria.

De você.

Mas de que forma?

Em qual tempo?

Essa aproximação, não é um ir.

É um deixar-se levar, para onde?

Para o assombro do que virá?

Ou para a perplexidade do que já se foi?