O
Teatro Efêmero da Vida
Eu
me sento, espectador silencioso,
no
grande palco do mundo.
As
luzes mudam com o passar das horas,
o
cenário, a cada estação.
E
os atores, nós mesmos,
entram
e saem de cena,
em
um balé constante de chegadas e partidas.
É
o teatro efêmero da vida.
Eu
observo os figurinos, as máscaras,
as
expressões que mudam a cada fala,
a
cada passo.
Há
o drama, a comédia, a tragédia,
tudo
misturado em um enredo sem ensaio prévio.
As
cortinas se abrem e se fecham,
e
a cada ato, uma nova versão de nós surge,
moldada
pelas experiências,
pelas
dores, pelos amores.
Há
cenas que eu gostaria de pausar,
de
reviver em câmera lenta:
o
riso que explodiu sem motivo,
o
abraço que me aqueceu a alma,
o
instante de revelação que mudou tudo.
E
há outras que eu gostaria de apagar,
de
reescrever,
mas
o script não permite.
A
vida segue seu curso imparável,
e
nós, apenas interpretamos nossos papéis.
Eu
sinto a fragilidade de tudo.
A
beleza que desabrocha e fenece,
a
voz que se cala,
o
olhar que se perde no horizonte.
Mas
também sinto a força da impermanência,
que
nos ensina a valorizar cada aplauso,
cada
silêncio,
cada
respiração no palco.
E
ao final do dia, quando as luzes diminuem,
e
o palco se prepara para a próxima performance,
eu
me levanto, talvez um pouco mais sábio,
um
pouco mais consciente
de
que sou parte dessa grande peça sem fim.
E
a cada amanhecer,
a
cortina se ergue novamente,
e
eu estou pronto para o meu próximo ato,
nesse
teatro efêmero e maravilhoso que é viver.