domingo, 1 de junho de 2025

PORTAIS DE NEBLINA E MEMÓRIA

 

Portais de Neblina e Memória

 

O orvalho da manhã, véu no chão,

Desenha portais onde o tempo se esvai.

Neblina que abraça, suave ilusão,

Guarda segredos que a alma retrai.

 

Em cada névoa, um sussurro desfeito,

Um eco distante de um riso que foi.

São mapas internos de um peito,

Onde a lembrança jamais se corrói.

 

Memória em espiral, dança sem fim,

Flutua em fragmentos de um ontem tão vasto.

Imagens que voltam, perto de mim,

Num jogo de luz e um amor que foi gasto.

 

A neblina dissolve, o sol já se avista,

Mas os portais não se fecham jamais.

E a cada suspiro, na curva da pista,

Sinto a memória e seus eternos cais.

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