Imagens de Barra do Piraí, Estado do Rio de Janeiro... Fotos de Barra do Piraí, RJ - e DOCES POESIAS importadas de quedocespoesias.blogspot.com - Vicente Siqueira
quarta-feira, 5 de maio de 2010
domingo, 14 de março de 2010
A NOVA CALIGRAFIA
A
Nova Caligrafia
Eu
vinha escrevendo um livro, página por página,
Com
um roteiro já meio desenhado,
Uma
trama previsível, cores desbotadas.
O
destino, pensei, era uma linha reta,
Sem
curvas, sem reviravoltas.
Até
que você chegou.
E
com seu sorriso, um furacão delicado,
Rasgou
as páginas antigas,
Embaralhou
as letras, jogou tinta fresca no papel.
Não
foi com força bruta, mas com a leveza
De
quem sabe exatamente onde tocar.
Você
redesenhou o meu mapa.
O
norte que eu conhecia, mudou de lugar.
As
paisagens que eu esperava, sumiram,
Dando
espaço a montanhas e rios que eu nunca sonhei.
Cada
traço seu, uma nova direção,
Um
caminho que eu não ousei imaginar.
Eu
era uma estrada antiga, já batida,
E
você me transformou em um labirinto de descobertas,
Com
atalhos inesperados e vistas de tirar o fôlego.
Não
foi uma correção, foi uma revolução.
Você
não me indicou outro rumo,
Você
se tornou o novo rumo.
Agora,
meu destino é uma obra-prima em progresso,
Com
cores vibrantes e um enredo que me surpreende a cada dia.
Você
não só mudou o final da história,
Você
mudou a caligrafia da minha alma,
Fazendo
cada palavra, cada momento,
Ser
escrito com uma beleza que só você pôde me mostrar.
Você
redesenhou o meu destino,
E
eu sou grato por cada nova linha.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
O HORIZONTE SE DOBROU
O
Horizonte se Dobrou
Eu
vivia num mapa de impossíveis,
Cada
"não" era um limite traçado a ferro.
Sonhos
guardados em caixas empoeiradas,
Porque
o mundo dizia: "Não há como."
O
azul do céu era só uma pintura,
Intocável,
inatingível.
Até
que você surgiu.
E
não veio com chaves ou com fórmulas mágicas,
Mas
com um olhar que desconstruiu a lógica.
De
repente, a gravidade parecia bobagem,
As
barreiras, meras linhas no chão.
Você
trouxe um vento de outras paragens,
Soprando
a poeira dos meus "nunca".
Aquele
futuro que era só quimera,
Se
fez presente, palpável, real.
O
que era "impossível" virou um convite,
Um
"vamos lá, a gente tenta e consegue."
Era
como se o horizonte se dobrasse ao seu passo,
E
as estrelas descessem para nos guiar.
Você
não fez o milagre, você era o milagre,
Transformando
o inalcançável em caminho.
O
antes-era-não virou um sim vibrante,
O
antes-era-sonho, agora é nossa história.
Com
você, o mundo se abriu em possibilidades,
E
o impossível deixou de ser palavra,
Para
virar a realidade que a gente vive.
Uma
prova de que a luz certa
Pode
redesenhar qualquer destino.
terça-feira, 14 de julho de 2009
O MEU AVESSO SUAVE
O Meu Avesso Suave
Eu sou uma distorção
gentil de mim mesmo.
Não o que fui, nem o que
serei em linhas retas,
mas a curva inesperada,
o reflexo que a água turva
me devolve.
Não há ruptura violenta,
nem o peso de uma máscara.
Apenas um desvio suave,
uma lente que me
reconfigura
com carinho.
Sou o estranho familiar,
o conhecido com um novo
tom,
o eco da minha voz que
agora
canta uma melodia
diferente.
E nessa alteridade de mim,
há uma verdade mais
profunda.
Porque a gentileza da
distorção
permite que eu me veja
sem o rigor do original,
e me aceite, leve,
no que me tornei.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
O QUE NÃO ACONTECEU
O Que Não Aconteceu
Não, não houve o choro.
Os olhos ficaram secos,
a garganta apertada
com as lágrimas que não desceram.
A dor, aprisionada,
virou um nó cego no peito,
uma pedra pesando
em cada respiração.
Não, não houve o abismo.
A terra não se abriu
sob os pés cansados.
Fiquei à beira, num limbo raso,
onde a queda era promessa e não realidade,
e a certeza do fundo nunca chegou.
Sem o mergulho, não há subida.
Não, não houve o silêncio.
O barulho interno nunca cessou.
Mil vozes competiam,
pensamentos em loop incessante,
um zumbido constante na alma.
Não houve a pausa, a quietude
necessária para ouvir o próprio eco,
para reorganizar o caos.
E assim, não houve a cura.
Não um milagre, nem a paciência do tempo.
As feridas ficaram abertas,
sufocadas sob as lágrimas não vertidas,
no limbo sem abismo,
no ruído sem fim.
O peso de tudo o que não foi liberado
tornou-se o meu próprio fardo,
a sombra do que poderia ter sido
se a travessia tivesse acontecido.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
LUZ ENTRE SOMBRAS
Luz entre Sombras
Na penumbra da vida,
onde os medos se escondem,
uma faísca brilha,
como um farol no escuro.
As sombras dançam,
jogando formas no chão,
mas a luz que emana
é um lembrete de que há sempre um caminho.
Nos sussurros da noite,
ouço o canto da esperança,
uma melodia suave que ecoa,
desafiando a escuridão.
Cada raio que atravessa a neblina
é um convite para olhar além,
para encontrar beleza nas fissuras,
onde o brilho se torna um abrigo.
Assim seguimos, entre altos e baixos,
navegando as incertezas do ser,
sabendo que mesmo nas horas mais densas,
a luz pode surgir onde menos se espera.
E quando o sol desponta no horizonte,
as sombras se dissipam em cores vivas,
nos lembrando que a vida é feita de contrastes,
e que a luz sempre encontrará seu lugar.
TEXTURAS QUE FALAM
Texturas que Falam
Na superfície do
mundo,
cada textura é um relato,
a casca rugosa da árvore,
um diário de intempéries e tempo.
O liso do vidro
reflete,
capturando momentos em movimento,
enquanto a pedra fria e áspera
carrega a memória das eras.
As folhas secas sob
os pés,
um crepitar que conta histórias,
de verões quentes e chuvas de outono,
de ciclos que nunca se encerram.
E na suavidade do
algodão,
o abraço de um lar acolhedor,
cada fibra entrelaçada com carinho,
um sussurro de amor em cada costura.
As texturas falam em
silêncio,
com vozes que ecoam no coração,
nos convidando a tocar e sentir,
a mergulhar nas narrativas do ser.
Assim seguimos,
explorando o mundo,
com as mãos abertas e os olhos atentos,
porque nas texturas que encontramos,
há sempre uma história à espera de ser ouvida.
Se Tiver, Eu Prefiro
Se
Tiver, Eu Prefiro
Um café quentinho pela manhã,
Sorrisos compartilhados na esquina,
O cheiro de pão fresco saindo do forno.
Nessa esquina, a vida se desenrola...
Nessa esquina, a vida se desenrola...
Um palco vibrante, cheio de rostos.Um milhão de histórias fluem,
Cada uma única, cada uma pulsante,
Destinos entrelaçados no cotidiano,
Movimentos sutis de esperanças e sonhos.
terça-feira, 7 de abril de 2009
A MELODIA SILENCIOSA DA SAUDADE
A Melodia Silenciosa da Saudade
Eu
me sento na janela,
o
vapor da xícara de chá
desenhando
formas no ar frio da manhã.
Lá
fora, a cidade desperta sem pressa,
seus
ruídos abafados
pela
distância e pela névoa.
E
em mim, uma melodia,
silenciosa
e persistente,
começa
a tocar.
Não
é uma canção triste,
não
exatamente.
É
mais como o eco de passos em um corredor vazio,
a
lembrança do calor de uma mão que já não sinto.
É
a saudade,
com
seus dedos invisíveis,
tocando
as cordas da minha memória,
despertando
rostos, risos,
palavras
ditas em outros tempos.
Eu
fecho os olhos
e
as imagens vêm como flashes,
rápidas
e nítidas.
Aquele
dia na praia, o cheiro de sal.
A
conversa de madrugada, a cumplicidade no olhar.
Pequenos
fragmentos que se juntam,
formando
um mosaico
do
que foi e do que permanece,
mesmo
na ausência.
A
garganta aperta um pouco,
mas
não há lágrimas.
É
uma doçura amarga, essa saudade.
Ela
me lembra da riqueza
do
que já vivi,
das
pessoas que cruzaram meu caminho
e
deixaram suas marcas em mim.
É
o presente que o passado me oferece,
um
tesouro invisível
que
guardo dentro do peito.
Eu
abro os olhos novamente,
o
chá agora morno.
O
mundo lá fora continua seu ritmo,
indiferente
à minha melodia interna.
Mas
eu sei que ela está ali,
essa
canção que só eu ouço,
e
que, de alguma forma,
me
faz sentir mais vivo,
mais
humano,
mais
conectado
à
vastidão do que fui
e
ao que ainda sou.