sábado, 22 de maio de 2010

UMA ORQUÍDEA

 UMA ORQUÍDEA

Nos braços da árvore, um abraço sutil,
Orquídeas dançam, em amarelo febril.
Oncidium radiante, estrela a brilhar,
Na floresta verde, vem nos encantar.

Com pétalas de sol, em festa a vibrar,
Sussurros de vida no ar a flutuar.
Texturas que falam, a casca a contar,
Histórias de tempo, de amor a brotar.

Luz natural que acaricia o ser,
Em cada florzinha, um mundo a renascer.
Natureza em harmonia, esplendor sem fim,
Um poema vivo que pulsa em mim.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

domingo, 14 de março de 2010

A NOVA CALIGRAFIA

 

A Nova Caligrafia

 

Eu vinha escrevendo um livro, página por página,

Com um roteiro já meio desenhado,

Uma trama previsível, cores desbotadas.

O destino, pensei, era uma linha reta,

Sem curvas, sem reviravoltas.

 

Até que você chegou.

E com seu sorriso, um furacão delicado,

Rasgou as páginas antigas,

Embaralhou as letras, jogou tinta fresca no papel.

Não foi com força bruta, mas com a leveza

De quem sabe exatamente onde tocar.

 

Você redesenhou o meu mapa.

O norte que eu conhecia, mudou de lugar.

As paisagens que eu esperava, sumiram,

Dando espaço a montanhas e rios que eu nunca sonhei.

Cada traço seu, uma nova direção,

Um caminho que eu não ousei imaginar.

 

Eu era uma estrada antiga, já batida,

E você me transformou em um labirinto de descobertas,

Com atalhos inesperados e vistas de tirar o fôlego.

Não foi uma correção, foi uma revolução.

Você não me indicou outro rumo,

Você se tornou o novo rumo.

 

Agora, meu destino é uma obra-prima em progresso,

Com cores vibrantes e um enredo que me surpreende a cada dia.

Você não só mudou o final da história,

Você mudou a caligrafia da minha alma,

Fazendo cada palavra, cada momento,

Ser escrito com uma beleza que só você pôde me mostrar.

Você redesenhou o meu destino,

E eu sou grato por cada nova linha.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O HORIZONTE SE DOBROU

 

O Horizonte se Dobrou

 

Eu vivia num mapa de impossíveis,

Cada "não" era um limite traçado a ferro.

Sonhos guardados em caixas empoeiradas,

Porque o mundo dizia: "Não há como."

O azul do céu era só uma pintura,

Intocável, inatingível.

 

Até que você surgiu.

E não veio com chaves ou com fórmulas mágicas,

Mas com um olhar que desconstruiu a lógica.

De repente, a gravidade parecia bobagem,

As barreiras, meras linhas no chão.

 

Você trouxe um vento de outras paragens,

Soprando a poeira dos meus "nunca".

Aquele futuro que era só quimera,

Se fez presente, palpável, real.

O que era "impossível" virou um convite,

Um "vamos lá, a gente tenta e consegue."

 

Era como se o horizonte se dobrasse ao seu passo,

E as estrelas descessem para nos guiar.

Você não fez o milagre, você era o milagre,

Transformando o inalcançável em caminho.

O antes-era-não virou um sim vibrante,

O antes-era-sonho, agora é nossa história.

 

Com você, o mundo se abriu em possibilidades,

E o impossível deixou de ser palavra,

Para virar a realidade que a gente vive.

Uma prova de que a luz certa

Pode redesenhar qualquer destino.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O MEU AVESSO SUAVE

O Meu Avesso Suave

 

Eu sou uma distorção gentil de mim mesmo.

Não o que fui, nem o que serei em linhas retas,

mas a curva inesperada,

o reflexo que a água turva me devolve.

 

Não há ruptura violenta,

nem o peso de uma máscara.

Apenas um desvio suave,

uma lente que me reconfigura

com carinho.

 

Sou o estranho familiar,

o conhecido com um novo tom,

o eco da minha voz que agora

canta uma melodia diferente.

 

E nessa alteridade de mim,

há uma verdade mais profunda.

Porque a gentileza da distorção

permite que eu me veja

sem o rigor do original,

e me aceite, leve,

no que me tornei.


sexta-feira, 19 de junho de 2009

O QUE NÃO ACONTECEU

 

O Que Não Aconteceu

 

Não, não houve o choro.

Os olhos ficaram secos,

a garganta apertada

com as lágrimas que não desceram.

A dor, aprisionada,

virou um nó cego no peito,

uma pedra pesando

em cada respiração.

 

Não, não houve o abismo.

A terra não se abriu

sob os pés cansados.

Fiquei à beira, num limbo raso,

onde a queda era promessa e não realidade,

e a certeza do fundo nunca chegou.

Sem o mergulho, não há subida.

 

Não, não houve o silêncio.

O barulho interno nunca cessou.

Mil vozes competiam,

pensamentos em loop incessante,

um zumbido constante na alma.

Não houve a pausa, a quietude

necessária para ouvir o próprio eco,

para reorganizar o caos.

 

E assim, não houve a cura.

Não um milagre, nem a paciência do tempo.

As feridas ficaram abertas,

sufocadas sob as lágrimas não vertidas,

no limbo sem abismo,

no ruído sem fim.

O peso de tudo o que não foi liberado

tornou-se o meu próprio fardo,

a sombra do que poderia ter sido

se a travessia tivesse acontecido.


sexta-feira, 22 de maio de 2009

LUZ ENTRE SOMBRAS

 

 


Luz entre Sombras

Na penumbra da vida,
onde os medos se escondem,
uma faísca brilha,
como um farol no escuro.

As sombras dançam,
jogando formas no chão,
mas a luz que emana
é um lembrete de que há sempre um caminho.

Nos sussurros da noite,
ouço o canto da esperança,
uma melodia suave que ecoa,
desafiando a escuridão.

Cada raio que atravessa a neblina
é um convite para olhar além,
para encontrar beleza nas fissuras,
onde o brilho se torna um abrigo.

Assim seguimos, entre altos e baixos,
navegando as incertezas do ser,
sabendo que mesmo nas horas mais densas,
a luz pode surgir onde menos se espera.

E quando o sol desponta no horizonte,
as sombras se dissipam em cores vivas,
nos lembrando que a vida é feita de contrastes,
e que a luz sempre encontrará seu lugar.

TEXTURAS QUE FALAM

 


Texturas que Falam

Na superfície do mundo,
cada textura é um relato,
a casca rugosa da árvore,
um diário de intempéries e tempo.

O liso do vidro reflete,
capturando momentos em movimento,
enquanto a pedra fria e áspera
carrega a memória das eras.

As folhas secas sob os pés,
um crepitar que conta histórias,
de verões quentes e chuvas de outono,
de ciclos que nunca se encerram.

E na suavidade do algodão,
o abraço de um lar acolhedor,
cada fibra entrelaçada com carinho,
um sussurro de amor em cada costura.

As texturas falam em silêncio,
com vozes que ecoam no coração,
nos convidando a tocar e sentir,
a mergulhar nas narrativas do ser.

Assim seguimos, explorando o mundo,
com as mãos abertas e os olhos atentos,
porque nas texturas que encontramos,
há sempre uma história à espera de ser ouvida.

Se Tiver, Eu Prefiro

 

Se Tiver, Eu Prefiro

Um café quentinho pela manhã,
Sorrisos compartilhados na esquina,
O cheiro de pão fresco saindo do forno.

Nessa esquina, a vida se desenrola...

 Nessa esquina, a vida se desenrola...

Um palco vibrante, cheio de rostos.
Um milhão de histórias fluem,
Cada uma única, cada uma pulsante,
Destinos entrelaçados no cotidiano,
Movimentos sutis de esperanças e sonhos.