Imagens de Barra do Piraí, Estado do Rio de Janeiro... Fotos de Barra do Piraí, RJ - e DOCES POESIAS importadas de quedocespoesias.blogspot.com - Vicente Siqueira
quinta-feira, 5 de junho de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
SINAIS NA JANELA
Sinais na
Janela
Através
do vidro embaçado
vejo luzes piscando,
sinais mudos
de quem habita outros mundos
cada
janela é um segredo
um olhar que se esconde
uma história que insiste
em se contar na penumbra
há vidas
que se cruzam
sem se tocar
e vozes que ecoam
no silêncio da distância
os sinais
na janela
são pontes invisíveis
entre solidões partilhadas
e esperanças guardadas
e mesmo
na noite fechada
há um brilho tênue
que diz: estamos aqui.
quinta-feira, 22 de maio de 2014
AS RAÍZES DO CÉU
As Raízes do Céu
não meço
o alto
pelos olhos —
mas por aquilo
que me sustenta por dentro
o céu tem
raízes
na esperança miúda
que brota no meio da pressa
na fé que insiste
mesmo quando nada responde
há galhos
invisíveis
ligando minha alma
a um azul que não se vê
mas sente
me
alimento de nuvens
e de silêncios
e de promessas
que ainda não nasceram
o chão é
necessário,
mas não definitivo
sou feito
também
do que não toca o chão
do que cresce em direção
a algo que me chama
sem explicar
as raízes
do céu
me mantêm de pé
mesmo quando tudo em volta
cai
AURORA EM MIM
Aurora em Mim
não
acordei —
renasci devagar
como quem já chorou
e agora sorri sem pressa
dentro do
peito,
o céu abriu
sem alarde,
sem anúncio,
mas cheio de cor
há uma
luz nova
me atravessando
não como farol,
mas como brisa
que aquece de dentro
não
preciso mais vencer o dia
basta estar
acordado o bastante
para ser inteiro
a noite
ainda mora em mim
mas já não manda
porque há
aurora
mesmo em olhos
que aprenderam
a ver no escuro
segunda-feira, 5 de maio de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
ESPAÇO VAZIO DENTRO DE MIM
ESPAÇO VAZIO DENTRO DE MIM
Há um
lugar em mim
onde o silêncio se acumula,
como se o som nunca tivesse sido
realmente permitido entrar.
Os dias
passam,
e o vazio cresce
como uma sombra silenciosa
que se estende em cada esquina interna.
Não há
pressa para preencher
nem urgência para entender,
apenas uma espera lenta,
um espaço inusitado
que não sei se devo habitar.
A cada
suspiro,
o eco se expande
e o vazio toma forma
sem pedir licença.
Eu me
observo ali,
nesse buraco que se forma sem querer,
um pequeno vácuo onde as palavras
não chegam a completar o que falta,
onde a sensação de estar
parece se perder na distância do eu.
Nada
parece se ajustar,
como se tudo se desencaixasse
e eu fosse,
nesse fragmento de tempo,
uma curva imperfeita,
aguardando uma resposta
que não sei qual é.
Mas o
vazio persiste,
não é vazio em si,
é só a falta de algo
que ainda não se tornou
parte de mim.