segunda-feira, 20 de junho de 2016

NÓ NA GARGANTA

 

NÓ NA GARGANTA

 

Esse nó na garganta, apertado e cruel,

Sufoca a voz, a fala, o pensamento.

Um peso imenso, que se faz implacável,

Em silêncio rouba a paz e o contentamento.

 

A palavra presa, em vão tenta escapar,

Mas a angústia a prende, em sua teia escura.

Um turbilhão de emoções, que se amontoam,

E a alma se debate, em sofrimento puro.

 

Lágrimas contidas, um oceano calado,

Que inunda o peito, com sua dor profunda.

A solidão se instala, em seu reino sagrado,

 

E a esperança se esvai, como fumaça efêmera e munda.

Só resta a espera, paciente e sem alívio,

Que esse nó se desfaça, em suave derretimento.

 

 

FOTOS DE BARRA DO PIRAÍ - 2016 - VICENTE SIQUEIRA












domingo, 19 de junho de 2016

TÃO LONGE DO MEU CORPO

  

Tão Longe do Meu Corpo

 

Meus dedos digitam palavras,

meu corpo respira o ar da sala,

mas a essência, o nó central,

há muito se desprendeu.

 

Ele viaja sem passaporte,

sem peso, sem limite,

até o ponto exato onde a tua voz

encontra o eco de um riso.

 

Sinto o cheiro da tua pele,

a textura do teu cabelo,

embora quilômetros de asfalto e mar

separem a mim de mim.

 

Este invólucro, deixado aqui,

é apenas um disfarce, uma casca.

Minha verdadeira forma,

aquela que anseia e lembra,

está em algum lugar contigo,

em um plano que os mapas

ainda não traçaram.

 

E nessa distância imensa,

onde o corpo é só um peso

e a alma é livre para voar,

eu existo inteira,

tão perto de ti,

tão longe de mim.