Imagens de Barra do Piraí, Estado do Rio de Janeiro... Fotos de Barra do Piraí, RJ - e DOCES POESIAS importadas de quedocespoesias.blogspot.com - Vicente Siqueira
segunda-feira, 5 de maio de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
ESPAÇO VAZIO DENTRO DE MIM
ESPAÇO VAZIO DENTRO DE MIM
Há um
lugar em mim
onde o silêncio se acumula,
como se o som nunca tivesse sido
realmente permitido entrar.
Os dias
passam,
e o vazio cresce
como uma sombra silenciosa
que se estende em cada esquina interna.
Não há
pressa para preencher
nem urgência para entender,
apenas uma espera lenta,
um espaço inusitado
que não sei se devo habitar.
A cada
suspiro,
o eco se expande
e o vazio toma forma
sem pedir licença.
Eu me
observo ali,
nesse buraco que se forma sem querer,
um pequeno vácuo onde as palavras
não chegam a completar o que falta,
onde a sensação de estar
parece se perder na distância do eu.
Nada
parece se ajustar,
como se tudo se desencaixasse
e eu fosse,
nesse fragmento de tempo,
uma curva imperfeita,
aguardando uma resposta
que não sei qual é.
Mas o
vazio persiste,
não é vazio em si,
é só a falta de algo
que ainda não se tornou
parte de mim.
sábado, 5 de abril de 2014
quarta-feira, 5 de março de 2014
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
domingo, 5 de janeiro de 2014
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
ESSÊNCIA DO QUE RESISTE
Essência do Que Resiste
Há em mim a essência do
que resiste.
Não a força bruta que se
impõe,
nem a rocha que não se
move.
Mas a fibra tênue do capim
que dobra ao vento e volta
ao lugar.
É o musgo que se agarra,
a pequena flor que rompe o
asfalto,
a chama que treme mas não
se apaga
na madrugada mais fria.
É a teimosia silenciosa
do que se recusa a sumir,
a pequena fé que sussurra
quando tudo grita
desamparo.
Essa essência não faz
alarde.
Ela simplesmente está,
pulsa baixinho no avesso
das coisas.
A memória de que, mesmo em
ruínas,
há sempre um germe de vida
que se agarra,
que espera,
que permanece.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
A CORRENTE INVISÍVEL
A Corrente Invisível
O tempo é um rio,
dizemos.
Mas não um rio que
observamos
da margem,
com a certeza de que ele
sempre esteve ali.
É um rio que nos toma.
Uma corrente invisível
que não pergunta se
queremos ir,
se a paisagem à frente nos
agrada.
Cada segundo, uma nova
gota
que se soma, que nos
arrasta.
E as margens, que antes
eram familiares,
se desfazem atrás de nós,
em bruma.
Não há volta. Não há
âncora.
Apenas o fluxo constante,
levando-nos para onde a
água nunca foi tocada,
para a cor e a profundidade
que ainda não conhecemos.
E é nesse arrasto, nesse
desconhecido imposto,
que a vida se faz.
Porque o rio sabe que a
estagnação é o fim,
e a única margem segura
é a que se move conosco.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
CORES INVISÍVEIS DA PAIXÃO
Cores Invisíveis da Paixão
Eu
observo a tela em branco,
o
pincel suspenso entre meus dedos,
e
me pergunto como pintar o que não tem cor.
Não
a paixão que grita, que incendeia,
mas
aquela que reside nas entrelinhas,
nos
silêncios que dizem tudo.
É
uma paleta de tons invisíveis,
percebida
apenas pela alma.
Eu
sinto o frio na barriga antes de um encontro,
aquela
eletricidade sutil que anuncia.
Ouço
a voz que, por alguma razão,
me
acalma e ao mesmo tempo me desordena.
É
o risco de um toque,
a
promessa contida num olhar demorado.
Não
há vermelho vibrante aqui,
mas
um calor interno, uma combustão lenta.
É
a dedicação silenciosa,
o
cuidado que se manifesta nos pequenos gestos.
A
xícara de café deixada na mesa,
o
cobertor estendido nos pés,
o
ouvir atento a uma história mil vezes contada.
Não
é o drama da tela grande,
mas
a intimidade do cotidiano,
pintada
em matizes que só o coração compreende.
Eu
me pego sorrindo sozinho ao pensar em algo,
um
fragmento de memória,
um
plano futuro.
Há
uma doçura agridoce,
um
medo leve de que tudo possa se esvair,
mas
também uma coragem estranha que me impulsiona.
É
a vulnerabilidade de se entregar,
a
força de amar sem garantias.
E
então, eu pinto.
Não
com tintas, mas com a respiração,
com
a batida do meu próprio pulso.
Eu
desenho os contornos da ausência quando ela aperta,
e
a luz que irradia quando a presença preenche.
Minha
tela invisível está sempre sendo preenchida
com
as cores inaudíveis da paixão,
aquelas
que não se veem,
mas
que se sentem profundamente,
e
que dão sentido a cada nuance do meu ser.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
AMORES QUE NÃO SABEM QUE FORAM
Amores que Não Sabem se Foram
Não houve adeus marcado,
nem porta batida com estrondo.
Apenas um silêncio alongado
que se espalhou entre nós,
como névoa ao amanhecer.
Eles pairam, esses amores,
como canções esquecidas no rádio,
mas que de repente tocam,
e a melodia enche o ar
de um tempo que ainda vive.
São risos que ressoam
em corredores vazios,
toques que a pele ainda lembra,
perfumes que o vento,
cruelmente, às vezes traz.
Não se sabe se morreram,
se adormeceram profundamente,
ou se apenas mudaram de endereço,
morando agora
na penumbra dos pensamentos,
na cicatriz que não dói,
mas que nunca sumirá.
E assim, carregamos essas sombras leves,
essas presenças ausentes,
amores que se recusam a ser passado,
eternamente suspensos
entre o que foi e o que não é mais,
sem nunca saberem
se, de fato, partiram.