Imagens de Barra do Piraí, Estado do Rio de Janeiro... Fotos de Barra do Piraí, RJ - e DOCES POESIAS importadas de quedocespoesias.blogspot.com - Vicente Siqueira
terça-feira, 30 de junho de 2020
quinta-feira, 25 de junho de 2020
domingo, 21 de junho de 2020
ELO INVISÍVEL
Elo Invisível
(Gestos e Olhares)
O corpo se inclina,
uma flor buscando o sol,
a mão hesitante,
quase um toque, quase não.
Nos cantos da boca,
um sorriso que não se completa,
medo e esperança
dançando em sincronia breve.
O olhar, ah, o olhar...
Demora um segundo a mais,
traça um caminho secreto,
do desejo à alma alheia.
Pupilas dilatadas,
um universo de querer,
a busca silenciosa
por um eco, um sinal.
E quando se cruzam,
faíscas de entendimento mudo,
uma conversa sem palavras,
onde os corações se leem.
Um aceno tímido,
a cabeça baixa, fugindo,
a vergonha da entrega,
o segredo revelado sem som.
sábado, 20 de junho de 2020
CAMINHOS ENTRE NEBLINA
Caminhos entre Neblina
passos
que desaparecem
antes mesmo de chegar
trilhas veladas
num véu de silêncio
a neblina
esconde
o que ainda não se revela
mas convida a andar
com fé no incerto
cada
passo é um encontro
com o mistério do agora
onde o desconhecido
se torna possível
e mesmo sem
ver o fim
sigo caminhando
porque há beleza
no caminhar na névoa
sexta-feira, 19 de junho de 2020
MAPAS PARA NENHUM LUGAR
Mapas para Nenhum Lugar
Não há linhas traçadas,
nem setas apontando o Norte.
Meu mapa é uma folha em branco,
onde cada passo inventa o solo.
Os acidentes geográficos são meus medos,
os rios, as dúvidas que serpenteiam.
Não procuro tesouros ocultos,
apenas a respiração do caminho
sob meus próprios pés.
As bússolas que um dia me guiaram
viraram pó, estrelas cadentes.
E a liberdade, agora, é ter a coragem
de andar sem destino predefinido,
de ser o andarilho e a trilha.
Cada encruzilhada é uma escolha não feita,
uma porta para o que simplesmente é,
sem promessa de chegada.
O paraíso, talvez, seja este voo sem pouso,
este eterno estar em trânsito.
E assim, navego por paisagens internas,
sem rumo, sem nome para a ilha final.
O mapa é para nenhum lugar,
porque o lugar, sou eu,
em cada instante de incerteza
e infinita possibilidade.
segunda-feira, 15 de junho de 2020
O LIMITE DE UM FIO ESTICADO
O Limite de um Fio
Esticado
E o limite de um fio
esticado,
prestes a romper, mas
teimosamente intacto.
Não é fragilidade, é uma
resistência exaustiva.
Cada puxão, cada tensão,
aproxima do ponto final,
mas a corda ainda vibra,
ainda suporta.
É o limite da alma,
onde a elasticidade já não
existe,
e a ruptura parece a única
lógica.
Mas o fio, teimoso,
mantém-se,
uma metáfora da
persistência imposta,
da força que se nega a
ceder,
mesmo quando tudo clama
por um fim.