sexta-feira, 10 de julho de 2020

domingo, 5 de julho de 2020

domingo, 21 de junho de 2020

ELO INVISÍVEL

  

 

Elo Invisível

(Gestos e Olhares)

 

O corpo se inclina,

uma flor buscando o sol,

a mão hesitante,

quase um toque, quase não.

 

Nos cantos da boca,

um sorriso que não se completa,

medo e esperança

dançando em sincronia breve.

 

O olhar, ah, o olhar...

Demora um segundo a mais,

traça um caminho secreto,

do desejo à alma alheia.

 

Pupilas dilatadas,

um universo de querer,

a busca silenciosa

por um eco, um sinal.

 

E quando se cruzam,

faíscas de entendimento mudo,

uma conversa sem palavras,

onde os corações se leem.

 

Um aceno tímido,

a cabeça baixa, fugindo,

a vergonha da entrega,

o segredo revelado sem som.

 

 

sábado, 20 de junho de 2020

CAMINHOS ENTRE NEBLINA

 

Caminhos entre Neblina

passos que desaparecem
antes mesmo de chegar
trilhas veladas
num véu de silêncio

a neblina esconde
o que ainda não se revela
mas convida a andar
com fé no incerto

cada passo é um encontro
com o mistério do agora
onde o desconhecido
se torna possível

e mesmo sem ver o fim
sigo caminhando
porque há beleza
no caminhar na névoa

Fotos de Barra do Piraí - RJ - Rua Francisco de Paula Moura - 20-01-2016 - Vicente Siqueira







Fotos de Barra do Piraí - RJ -

Rua Francisco de Paula Moura -

20-01-2016 -

Vicente Siqueira









sexta-feira, 19 de junho de 2020

MAPAS PARA NENHUM LUGAR

 Mapas para Nenhum Lugar

 

Não há linhas traçadas,

nem setas apontando o Norte.

Meu mapa é uma folha em branco,

onde cada passo inventa o solo.

 

Os acidentes geográficos são meus medos,

os rios, as dúvidas que serpenteiam.

Não procuro tesouros ocultos,

apenas a respiração do caminho

sob meus próprios pés.

 

As bússolas que um dia me guiaram

viraram pó, estrelas cadentes.

E a liberdade, agora, é ter a coragem

de andar sem destino predefinido,

de ser o andarilho e a trilha.

 

Cada encruzilhada é uma escolha não feita,

uma porta para o que simplesmente é,

sem promessa de chegada.

O paraíso, talvez, seja este voo sem pouso,

este eterno estar em trânsito.

 

E assim, navego por paisagens internas,

sem rumo, sem nome para a ilha final.

O mapa é para nenhum lugar,

porque o lugar, sou eu,

em cada instante de incerteza

e infinita possibilidade.