Imagens de Barra do Piraí, Estado do Rio de Janeiro... Fotos de Barra do Piraí, RJ - e DOCES POESIAS importadas de quedocespoesias.blogspot.com - Vicente Siqueira
segunda-feira, 15 de julho de 2019
quinta-feira, 11 de julho de 2019
A ETERNA SEDE DO VIAJANTE
A Eterna Sede do Viajante
Desde o orvalho na folha do campo até a fumaça densa nos bares da madrugada. Pelos becos estreitos onde a sombra se esconde, nas avenidas largas que engolem o horizonte. Nas praias onde a onda desfaz e refaz promessas.
Em todas as casas de paredes finas ou fortes, nas cavernas que guardam segredos primevos, nas palhoças frágeis erguidas contra o vento.
Por todo o tempo que foi, pelo tempo que é, e pelo tempo que virá, existirão, como sempre existiram, os seres.
Com a sede inextinguível nos olhos, com as mãos estendidas no vazio ou na pressa, com o coração batendo no ritmo de um anseio. Em busca de algo cujo nome escapa, uma verdade talvez, um refúgio, um sentido. Ou em busca de alguém, um olhar que compreenda, um toque que acalme, uma presença que preencha o espaço vasto da solidão.
Essa busca é a respiração secreta do mundo dentro de mim, o murmúrio constante sob o ruído dos dias. Ela atravessa paisagens e épocas, veste diferentes roupagens, mas a essência é a mesma: o ser eterno a procurar, a esperar, a estender-se rumo a algo ou alguém.
quarta-feira, 10 de julho de 2019
terça-feira, 9 de julho de 2019
MUDEZ INTERIOR
Mudez Interior
Minhas palavras não têm
som.
Elas nascem e morrem
no avesso da garganta,
um grito mudo que só eu
entendo.
Não há eco,
nem melodia.
Apenas o silêncio denso
do que não se diz,
do que se desintegra antes
de tocar o ar.
São como ondas sem praia,
chuva que não atinge o
chão,
um sussurro que se perde
no próprio abismo.
E talvez seja melhor
assim.
Que elas habitem o
não-dito,
esse espaço secreto
onde a verdade não precisa
de voz para existir.
segunda-feira, 1 de julho de 2019
domingo, 30 de junho de 2019
sexta-feira, 28 de junho de 2019
PÁGINA EM BRANCO
Página em Branco
Não escrevi nenhuma
história.
Minha vida é um livro
de páginas lisas,
intocadas.
Nenhum enredo de aventura,
nem drama, nem riso alto.
As canetas secaram,
as palavras calaram
antes de virar tinta.
Sou o começo que não
explodiu,
o meio que não teceu,
o fim que nem chegou a ser
ponto.
Um rascunho de alma
sem linhas para preencher.
Mas talvez na ausência,
na tela vazia,
esteja a minha verdade.
A quietude de quem vive
sem precisar contar.
Onde a história é só o
sopro,
o ar que se respira,
e se dissipa sem deixar
vestígios.