Imagens de Barra do Piraí, Estado do Rio de Janeiro... Fotos de Barra do Piraí, RJ - e DOCES POESIAS importadas de quedocespoesias.blogspot.com - Vicente Siqueira
terça-feira, 1 de junho de 2021
segunda-feira, 24 de maio de 2021
GUARDEI SEU LINK NO CORAÇÃO
Guardei seu link no coração
Não foi numa aba
do navegador,
nem num bloco de notas perdido.
Guardei teu link
no canto esquerdo do peito,
entre um sopro e outro,
onde pulsa o que não se explica.
Não salvei no
histórico —
salvei na história.
Com letra miúda,
mas sentimento alto.
Teu endereço ficou
impresso na pele da memória,
como um atalho secreto
pra quando tudo for silêncio.
E se o mundo cair
da conexão,
ainda assim te encontro
no lugar onde a tecnologia falha
e a lembrança começa.
no coração.
Lá não tem vírus,
só versos.
E o clique é interno.
FIZ BACKUP DO QUE SENTI
Fiz backup do que senti
Antes que
apagasse,
fiz backup do que senti.
Copiei teu riso
pra uma pasta segura,
salvei teu olhar em nuvem,
nomeei como “inesquecível_final_versão”.
Desconfio dos
sistemas,
mas confiei no instante:
aquele em que tua presença
parecia carregar todos os megabytes da ternura.
Não deixei que
deletassem.
Mesmo que tu saísses do frame,
mesmo que mudassem o código.
Criei senhas em
metáforas,
formatei a saudade em poema,
e instalei um antivírus
contra tudo que tentasse reescrever
o que fomos.
Agora, se
quiseres saber,
ainda estás lá —
entre os arquivos ocultos do toque,
nas configurações avançadas da lembrança.
Fiz backup do que
senti.
E ainda acesso,
mesmo off-line.
sábado, 22 de maio de 2021
VENTO ENTRE PRÉDIOS
Vento entre Prédios
escapo
pelo vão
onde o concreto se dobra
e o vento sussurra histórias
que o cimento esqueceu
ele dança
leve,
quase invisível
entre muros altos
que tentam calar o céu
carrega o
cheiro da chuva
o eco dos passos apressados
e leva embora o calor
que a cidade tenta prender
no vento
entre prédios
encontro liberdade
mesmo cercado de aço,
me sinto um pássaro
que aprende a voar no silêncio
e assim,
respiro fundo
e deixo que o vento leve
o que não preciso guardar
NO SINAL VERMELHO DO DESTINO
No Sinal Vermelho do Destino
Parei no
tempo
num instante suspenso
onde o mundo hesita
antes do próximo passo
o sinal
vermelho
não é só cor
é uma pausa
entre o querer e o ser
é o
silêncio que grita
na espera impaciente
um convite para olhar
para dentro
ali, no
meio da rua
entre buzinas e sonhos
aprendi que o destino
não é linha reta
é curva,
é breque
é escolha feita
no compasso da espera
sei que caminho —
porque a vida acontece
no entretempo
LUZES DE CONCRETO
Luzes de Concreto
A cidade
acende
antes do sol sumir
como quem tem medo
do escuro de si mesma
faróis
piscam como corações
em estado de urgência
e as janelas brilham
feito promessas adiadas
há beleza
no aço que respira
na pressa que também ama
nos passos que se cruzam
sem saber os nomes
sou feito
de calçadas
que ouviram confissões
e de postes que vigiaram
minhas noites mais densas
mas mesmo
entre muros
e buzinas e fumaça
a vida insiste
em florescer rachaduras
as luzes
de concreto
não aquecem a pele
mas acendem
alguma fé
de que ainda é possível
domingo, 9 de maio de 2021
VEM
VEM
e a
timidez se fez presente,
a te deixar envergonhada
por estar diante das lentes
do meu cristalino,
que desnudavam tuas curvas
enquanto minhas mãos desprendiam,
de teus ombros, as alças
do vestido de algodãozinho.
não
parecias saber o que fazer,
o que dizer,
a não ser o natural fechar de pernas,
cobrir os seios com as mãos
e deixar-se submissa,
ser acariciada.
a pele,
porém,
denunciava o desejo quase incontido
de dar-se,
para que corpo se confundisse
com corpo,
para que os movimentos
eternizassem o momento.
costas
apoiadas nos lençóis,
olhos semicerrados,
a divisar-me na chegança do bem —
e nada podias dizer
mais lindo e sublime
que o teu desajeitado:
vem.