quinta-feira, 15 de maio de 2025

DESACORRENTADO DO TEMPO

 

Desacorrentado do Tempo

O tic-tac outrora tirano, o ponteiro implacável a ditar o ritmo, agora são ecos distantes, murmúrios de uma maré que refluiu.
As correntes do tempo, antes grilhões invisíveis, não prendem mais meus passos, não moldam meus suspiros.
Liberei-me do ontem, de seus fantasmas e culpas, de suas alegrias desbotadas que insistiam em assombrar.
Desvinculei-me do amanhã, de suas ansiedades e promessas vãs, da sombra incerta do futuro que toldava o presente.
Agora, sou ilha em meio ao oceano, onde as ondas do tempo quebram na margem, sem me arrastar para seu fluxo constante.
Respiro o instante presente, a textura do ar em meus pulmões, o calor do sol na pele, o pulsar da vida em sua plenitude.
O tempo não me define, não me apressa, não me limita. Sou a quietude no centro do turbilhão, a liberdade de ser além da cronologia imposta.
A cada amanhecer, renasço livre, despojado das amarras temporais, vivendo a dança única e irrepetível deste eterno agora que me veste.

ABISMO PRESENTE

 

Abismo Presente

O corpo se lança, abandono total da margem, onde as correntes do tempo já não exercem seu domínio.

A água fria acolhe, um abraço incondicional, e o passado se esvai como bolhas na superfície.

O futuro? Uma miragem distante, dissolvida na intensidade deste instante líquido.

O agora se expande, elástico, infinito, engolindo cada respiração, cada pulsar do sangue.

Não há ontem a lamentar, nem amanhã a temer. Apenas a textura da água na pele, o silêncio denso que ecoa internamente.

Os sentidos se aguçam, cores mais vibrantes sob a superfície, sons abafados de um mundo distante.

Neste mergulho sem amarras, a mente se aquieta, livre do diálogo incessante das lembranças e expectativas.

Existe apenas o ser, flutuando na vastidão do presente, um ponto de consciência pura, onde o tempo cessa e a eternidade se revela na efemeridade de cada segundo.

VASTIDÃO ANTIGA

 

Vastidão Antiga

Ah, que bom que você veio! Seu passo ecoa onde o silêncio gritava, e a luz dos seus olhos acende cantos nos recantos escuros da alma.

Antes, o espaço era um deserto imenso, e cada suspiro, um eco perdido. A solidão vestia-se de sombra, e o tempo escorria, pesado e doído.

Mas agora... Seu sorriso desabrocha como flor rara, perfumando o ar com suave alegria. Sua voz tece melodias que embalam, e a tristeza se esconde, arredia.

Não importa o passado, a vastidão antiga, pois sua presença é farol que me guia. Em cada gesto, em cada palavra amiga, a solidão se dissolve, dia após dia.

Que bom que você chegou! O espaço, antes vazio, agora pulsa, e em cada átomo sinto o seu calor. A vida, enfim, reencontra a sua musa.

Barra-do-Pirai-Rj-Vicente-Siqueira-01-05-2017

FOTO DE BARRA DO PIRAÍ - RJ


 Barra-do-Pirai-Rj-Vicente-Siqueira-01-05-2017

PAUSA

PAUSA
 

doía uma dor

que era só minha

dor de todos os cotovelos

talvez.

 

carro desligado

estacionado

próximo ao semáforo.

 

do meu ponto de observação

as pessoas se acumulavam

de ambos os lados

com o sinal verde pra mim

e se atiravam em suas pressas debandadas

quando os carros paravam em seus vermelhos bloqueios.

 

meus olhos atentos

e esse clima de “morir”

que a medicina não explica e o melhoral não passa.

 

queria a sensação de estar de volta a casa

começar do zero

recomeçar. 

queria vislumbrar assim os dias

simples

sem os verde-vermelhos

dos semáforos

quando revisse você

que pediu-me um tempo

uma pausa

pra pensar.

 


JOGRAL – "Obrigado por você existir"

 

JOGRAL – "Obrigado por você existir"

(Para 4 vozes – A, B, C e D)

TODOS (juntos):
Obrigado por você existir!

A:
No silêncio de um dia difícil,
tua presença foi abrigo.

B:
No riso simples, espontâneo,
tu me lembraste do encanto antigo.

C:
Mesmo sem dizer uma palavra,
tua escuta me salvou.

D:
E quando eu não vi saída,
teu olhar me iluminou.

TODOS (juntos):
Obrigado por você existir!

A:
Não és só pessoa — és ponte,
és vento leve que sopra esperança.

B:
És chão seguro quando tudo dança,
és abraço em forma de lembrança.

C:
Não te pedi nada — e tu vieste.
Não te cobrei — e tu ficaste.

D:
És mil gestos pequenos
que fizeram diferença.

TODOS (em tom suave):
Obrigado por você existir...

A:
Porque existes,
o mundo é um pouco mais bonito.

B:
Porque existes,
há mais coragem no infinito.

C:
Porque existes,
há mais poesia na rotina.

D:
Porque existes...
há mais luz na minha esquina.

TODOS (em tom firme e afetuoso):
Obrigado.

Por você.
Por ser.
Por estar.
Por existir.

Mamãe.

SÓLIDA SOLIDÃO (Versão com rimas intercaladas)

 SÓLIDA SOLIDÃO (Versão com rimas intercaladas)

Na escuridão, o silêncio pesa,
o vento sopra forte e sem parar,
e o vazio que ficou me apesa,
me faz ceder, me faz chorar.

O quarto, vazio, já não acolhe,
meu corpo, que antes se enlaçava,
e a ausência, que sobre mim se põe,
faz com que minha alma naufrague.

Meus passos falham, na busca insana,
pela luz que se perdeu no ar,
a solidão é minha irmã,
que em cada canto vem me espreitar.

Os relógios, com seu tic-tac, errante,
me lembram daquilo que não há mais,
e a saudade é um eco distante,
que ressurge nas sombras do cais

SÓLIDA SOLIDÃO (Versão Lírica)

 

SÓLIDA SOLIDÃO (Versão Lírico)

Na sala fria, o tempo esvai,
os passos ecoam onde o amor jaz.
A xícara vazia ainda espera,
o toque que a solidão desespera.

Minhas mãos buscam o que ficou,
e o vazio no peito, que nunca cessou.
As sombras dançam na parede,
mas meu coração, em dor, se concede.

As paredes, com seus ecos frios,
guardam os segredos, os meus vazios.
A saudade é um grito mudo e profundo,
que me prende, me afasta do mundo.

E o silêncio, que reina no espaço,
não tem tempo, não tem abraço.
Eu procuro no vazio algum sentido,
mas o amor, em sombras, tem sido perdido.

E em cada canto, a ausência ressurge,
como um rio que, sem fim, urge.
A solidão se faz sólida e intensa,
e o eco da perda não se dispersa.

SÓLIDA SOLIDÃO (Versão 2)

 

SÓLIDA SOLIDÃO (Versão 2)

O café esfria na xícara vazia,
o sol entra, tímido, pela janela,
e o frio se aloja nas paredes,
como se quisesse morar aqui.

Em meu peito, os ecos dos passos
que não mais cruzam a porta,
e o vazio cresce como sombra,
ocupando cada canto, cada respiração.

Quisera sentir, ao menos,
o calor de uma mão sobre a minha,
mas as teclas do piano permanecem mudas,
a música só existe em minha memória.

O apartamento, agora um museu
de momentos não vividos,
sussurra lembranças que se perdem,
como folhas secas ao vento.

E eu, perdido entre as estantes,
procuro o eco do que era,
mas a solidão me envolve,
semeando o silêncio em cada esquina,
como um relógio que não marca hora.

IN DEO - (Letra de Música)

 

In Deo

(só em Deus repousa o coração)

Verso 1
Só em Ti, Senhor,
cala-se o tumulto,
só em Ti,
as perguntas vão embora,
e o que restou,
é o silêncio que me acalma.

Refrão
In Deo, em Ti,
meu coração encontra abrigo,
não há outro lugar,
só em Ti eu sou inteiro.
In Deo, em Ti,
a alma encontra paz,
não há mais pressa,
só em Ti, Senhor, eu sou.

Verso 2
Não preciso de respostas,
só do Teu olhar,
onde o medo se desfaz,
e o tempo desacelera,
nada mais me apressa,
pois só em Ti eu posso descansar.

Refrão
In Deo, em Ti,
meu coração encontra abrigo,
não há outro lugar,
só em Ti eu sou inteiro.
In Deo, em Ti,
a alma encontra paz,
não há mais pressa,
só em Ti, Senhor, eu sou.

Ponte
E eu me deixo ficar,
sem mais pressa, sem mais querer,
a Tua misericórdia me basta,
teu amor é tudo o que eu preciso.

Refrão Final
In Deo, em Ti,
meu coração encontra abrigo,
não há outro lugar,
só em Ti eu sou inteiro.
In Deo, em Ti,
a alma encontra paz,
não há mais pressa,
só em Ti, Senhor, eu sou.